terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Cotidianos...

Casa

a tinta se espalha
e limpa o ambiente
a casa vestida e
pronta para  a igreja
aos domingos
mas, como toda criança
que brinca e rola
as marcas adquiridas
se mostram
nas palmas das mãos
que experimentam
e olham as coisas
em uma faminta fome
a porta antes branquinha
passa a ser tatuada
de manchas distintas
e lá vem a faxineira
a lavar a tinta dos toques
e ali digitadas estão
indas e vindas de
seres pequenos e grandes
as manchas são histórias
de pessoas ansiosas
por aproveitar o dia
aproveitar a vida




Quarto esquecido


puxo um limo
dos cantos umedecidos
a vassoura esverdeada exala mofo
deixei no abandono aquele quarto
era antes emoldurado por cenas
tinha luz adentrando as vidaraças
tinha cores alegrando as vidas
mas foi a muito, muito tempo
quando minhas madeixas se trançavam
e na minha boca havia porteiras
por onde as palavras chiavam engraçadas
depois que minha voz se firmou
e os meus cabelos se banharam
de outros tons, e os fios encurtaram
a risada se transformou em paisagem
agora desenhada na expressão,
aquele som das gargalhadas
que ecoavam nas paredes
silenciou no ínfimo da alma
foi a muito tempo




Resultado de imagem para imagem de alegria e felicidade


De que me faço...

De verbo de verso
existo no compêndio
celular desta terra
sou um desfolhar
de sentidos e sinto
me debutar as primaveras
cada camada minha
são delicadas pétalas
vestidas e despidas
estruturas morfológicas
derivadas dos fartos
Desafios e dos desvios
Das lutas ganhadas
Nas perdas vencidas
uma história por dia
na designação da vida
nascer, viver e morrer
vivo no presente o
indicativo de ser
morro cada ontem
as manhãs vivem
Em sonhos
O verbo sonhar
Conjugado nos tempos
Cíclicos do existir

domingo, 24 de dezembro de 2017

 



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Sonhando pouquinho

Quem dera pudesse sacudir a poeira do mundo. Ela me causa espirros e uma coceirinha no nariz. Poderia forrar de gramas verdes, todo espaço de caminhar. E, colocar cercas brancas com portinhas de saloom para evitar cacas em meus pés. O cheiro de esperança não tem contra indicação. Crianças e gestantes podem aproveitar à vontade. Teria um balanço a sombra de uma gameleira. Exagero! Seria uma goiabeira, que é resistente. Traria umas dúzias de borboletas para morar neste lugar. Teria flores das mais perfumadas as mais exóticas. Teria dálias, pelo simples fato de amá-las. Colocaria ipês amarelos, brancos, roxo...e uma àrvore de folhas brancas, desta não sei a espécie. Faria pinturas novas nas casas. Demão de tinta nas moradias faria clarear a vida. Delícia de ares com cheiros de jardim. Livre de poeira e ácaros...se pudesse. Limpar as mentes contaminadas de corrupção e começar um plantio de bons modos, de honestidade, de dignidade e diversas espécies de amor. Ah!! Imagine um mundo...melhor.

segunda-feira, 22 de maio de 2017







Olhar 


em sua menina
desnudas a alma
profunda dor

                                                                 ******** 


esconde na íris
um lago profundo
prestes a inundar

                                                                   ******** 


momentos sombrios
extinguiram a luz
de suas  janelas




Armadilhas

podia na arapuca esconder
o que parece um sofrer
um vazio de quê!
choro de gato no telhado
parece conto de terror
mas para um bom entendedor
o choro do bichano é prazer
coisa louca, deixa ele lá
pois bem,  a prosa foi estranha
mas, das metáforas e outras deixas
pensamento pequeno cresce
se torna ação e tem suas reações
foi mais ou menos um começo
de um desmantelo de cercas
 e de fios, e de  tijolos...
e, de repente no amontoar das paredes
lá estava a armadilha luzindo
entrei nela tão à vontade e veja
fornalhas acesas, caldeirões
obrou a natureza em magias
me acudir ou me invadir?!
sei não! armadilha de padilha
dos sabores instantâneos, regalei
poxa vida,pensei! Quando notei
era um sofrer não esperar o devir
tomar o lugar do gato e gritar
nesta alusão destelhei-me
arranquei os tijolos, arranquei os fios
andei sem telhado...sem paredes
pareceu bom e é bom...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017






Porquês 

Peso as murchas vontades
de autores sem títulos
sonhei livrar-me dos mártires
o tempo parecia o herói
chegaria com o caso resolvido
das quimeras humanas

o relógio:
está firme em seu propósito
desde menina o admiro
tanta precisão em tiquetaquear
a mesmice é a vida desnovelando-se
o fio desenrola as vivências
há um quê de ausência
em ser humano

peregrino em terras longínquas
o planeta das borboletas
talvez a arquitetura abissal
entre o que sou e onde estou
faço deste tempo o amor
amo do jeito inocente de uma
criança que enche de porquês
os olhos
sem no entanto querer resposta
já que não existe certezas





Sem sentido  Solto as mãos sobre as teclas pretas, os toques lentos entre sons de burburinhos distantes em minha mente ausente  há se bulind...