domingo, 28 de junho de 2015





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Lembranças do casebre

Faz saudade em meu peito
aquele casebre simples
a mulher que lá varria o pó
o fogão de lenha crepitando
e os meninos no quintal
alheios as misérias da vida
ali sorriam e brincavam

Na trempe do fogão, panelas
tão vazias quanto as lembranças
das coisas que nunca teve
a mulher cantava sentimentos
de expressar as dores da alma
era uma voz suave e mansa
sem rancor sem remorsos

Faz tempo ouvia aquela voz
canto de espantar males
saudades das carícias e histórias
gostava de ajeitar-me em seu colo
e ficar esquecida naqueles braços

Lá fora a vida resplandecia
em cantos de pássaros 
nos galhos das árvores
tão altas e frondosas
no balanço a menina
no vaivém de sua infância 
se esquecia do tempo


Faz memória esta saudade
E se aloja em meu peito
e aqui estou, o olhar perdido
no íntimo da solidão
e vejo as mãos amáveis
os fios grisalhos se atrevendo
a se mostrar fora do lenço
preso a cabeça de vovó
e aquela voz...e o balanço




quinta-feira, 25 de junho de 2015



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Dieta... 

Nos meus dias, gasto o necessário de mim, preciso conter gastos, a energia pode custar um dia a menos em meu calendário.
 De que adianta correr  hoje e amanhã estar prostrada, sem forças. Escolho economizar, faço dieta, elimino birras, mau humor, contradições, melancolias, mentiras, falsidade e um bocado mais de bugigangas melodramáticas das quais ninguém escapa.

...Sou poesia

  quero me ver em jardins bailando com borboletas e recebendo energia do sol, quero beber água cristalina e saborear a vida sem presa.
que os meus dias sejam iluminados de sonhos e o céu de estrelas a me inspirar, quero o ar que enche meu ser de vida e quero sorrir sempre que meu olhar se encantar 
e quero cada segundo pleno de poesias e rimas e cantos
quero guardar meus sonhos no fim do arco íris,  deslizar em aquarelas sempre que almejar.
quero olhar a lua refletida na poça d'água e acariciar sua face alva.
e ainda quero ter muitas palavras transmudadas em semânticas desprendidas não dicionarizadas
e quero voar nas nuvens, subir as colinas, deitar-me em flores e delas roubar o perfume.
quero lançar a voz ao mundo e ver o som ecoar e contornar a terra
e se lançar ao espaço e fuxicar com as estrelas
quero o canto dos pássaros quando na rede balançar.
quero deitar-me na relva nos braços da mãe terra
em seu calor me descansar

quarta-feira, 24 de junho de 2015






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Instantes 

O instante é um vinho bom
apreciado sem demora
o permanecer... será a embriaguez?!
desses mimos do desejo
no deleite de prazeres
é  perder-se...?!
que seja o instante eterno,bom
e o permanecer a ilusão
de estar embriagado
é assim que sou nem sempre instante
e nem sempre embriagado
pois que de ser poeta
me lavo em versos
e de vinho sacio as palavras
sem demora as cativo 
as uso as deixo
o que importa?!
o vinho é bom
palavras são instantes
são pura embriaguez 




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A vida vem...embalada em choro
  é entregue  à mãe natureza...
A voz  alçada ao mundo
Sem aviso cala-se
 vencida...volta ao silêncio...
o útero da terra.

quarta-feira, 17 de junho de 2015


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Pedaço de uma tarde...


A tarde na tranquila casa, acontece como prevista. Deslizam as horas após o almoço (cheio de arroz e feijão) que bom penso, melhor assim do que a fome. A sonolência é companheira certa, o sofá jaz amassado em alguns pontos, prova de uso indevido. A louça, nem sempre lavada, ocupa espaço na pia e chama à atenção de famigerados mosquitos, eca...Lá fora passam carros a chiar  motores, os pássaros cantam, e escutam-se palavras vindas de algum lugar externo...não importa. Existe mágica no desenrolar do tempo, o sol escaneia a terra e vai aos poucos adormecer. O céu desbota-se em pálido azul e o mormaço aquece o dia. No horizonte, despontam alaranjadas cores  iluminando por trás dos montes, onde a vida floresce e os animais são livres e as borboletas colorem as íris a dançar. A brisa entra de soslaio pela janela e acaricia o corpo inerte no sofá, faz coragem no espírito sonolento, faz vontade de levantar...   





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Embaraços

Algumas coisas na mente precisam ser desfeitas, é um desenrolar do fio da vida.
Por dias penso nos nós deste fio, embaraços de caráter ilustrativo, talvez, uma querência estranha.
Há sentimentos de aço (amor e ódio) incorruptíveis e há aqueles flagelos de segundo plano que se desfazem com lágrimas, molhados se rasgam e se perdem.
E vem o fogo aquentar as preces e afugentar as folhas que caem, sem regaço ficam os sentimentos
a orbitar os dogmas sociais e os dogmas pessoais.
São disputas de espaço, são vazios de tudo, não há morada nem assento do pensar e perdidos ficam os fios embaraçados

quarta-feira, 10 de junho de 2015





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Esperar...

Se é para esperar
sem esbravejar
se é para aceitar
sem reticências
sovo a massa
e provo o mel
nem tosquenejo
o Tabuleiro...pronto
aguardo o trigo
crescido e vistoso
e preparo o pão
o joio se mostra
belo e vistoso
mas é oco...venenoso
se é para esperar
jogo paciência
separo as estações
isso me distrai...





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Delete

um pouco deste caldo
que sobeja na mesa
e insira proteínas
na dieta do pensar
que espera guloseimas
e se modela com bestagens
a arma secular das não ideias
e vão sem força afinando
num fazer cadavérico
de anseios frouxos flácidos
então que se delete
esse emplasto das mentes
e faça-se um reiniciar
sem modernices vazias
que a dieta seja rica 
e sem restrições para o intelecto
fim ao incauto pensamento
copiado e massificado...



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Páginas perdidas


Quando o sol está opaco
por trás de alguma montanha
e seus raios são tímidas crianças
não alcançam o cimo
onde bailam borboletas 
onde o vento brinca de ciranda
a sombra desse dia embaça
decisões e aperta o nó
da gravata do coração
pois bem que é assim
um aperto sem o sol
sem a luz que ofusca o feio
e na beleza das luzes brilha
livre o coração
mas quando o sol
fica escondido por certo dormindo
as páginas se perdem
já que se escreve em linhas tortas
em meio a garruchas desmaia o dia
e finda-se a página sem êxito


segunda-feira, 8 de junho de 2015




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Sucessão

O tempo... uma gota de orvalho
no solo fecundo da vida.
aos poucos faz a semente germinar
nasce, cresce, morre...!
e o tempo está lá... irrigando a morte
amparando as lágrimas no solo
e não para de orvalhar
 não para a sucessão...

domingo, 7 de junho de 2015



...

A alegria é
 uma cócega
 na alma,
 faz a gente sorrir,
 dançar 
 falar com  estrelas. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015







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Flor

Acorda!
espreguice as pétalas
e receba do Sol a luz
o dia despertou 
Vamos!
aproveite o movimento 
vem com animo
há milagre no verbo
há promessa nas horas
desabroche as cores
e pinte este momento
de rosas peroladas
de profundo esplendor
Anda!
ilumine-se de sorriso
abrace a vida





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Tempo adormecido...


Este brinde dos trovões
provocam um tremor
gelam-se os rios
conservam em leitos
corpos aquecidos 
e o tremular da luz
faz sombras dançantes
dia guardado do sol
pois que a chuva
limpa a natureza
e leva rios velhos
em renovo de suas águas
e se perde em gotejar
o tempo adormecido

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Lembranças



Por vezes me atrevo  a saltar nuvens
e cair em poças d'água
espirrando lembranças de infância
é algo paralelo a minha sanidade
é meu lugar de loucuras
onde bebo água da chuva
piso em lama e balanço em varais
 e pouso em árvores
gosto da travessura dos pássaros
em voos driblam a mesmice
não conheço cuco e a lua  álgida
é tão formosa em sua face alva
lá pesco borboletas e as ponho 
no jardim das montanhas
onde a relva forra o cume
e as margaridas se molham
a brisa é suave e amena
traz a canção dos mundos
em gotas cristalinas chove
falo línguas estranhas de peixes
e fico na rede a me perfumar
de caricias do vento e de sóis
é aqui nesta amnésia de preguiça
que me vejo que me sou





terça-feira, 2 de junho de 2015









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Velha Estação 


O trem se afasta 
abre trilhas na distância 
acenam-se despedidas
lágrimas deslizam
em pálpebras cansadas
nem soluços ecoam
os trilhos se juntam
em distante porvir
a estação o aguarda
são raras as miragens
em tantas saudades
nublou-se...as flores
a estação esquecida
caem pétalas salinas
no seco coração pousam
a desidratar de dores
o trem vai longe...longe


Sem sentido  Solto as mãos sobre as teclas pretas, os toques lentos entre sons de burburinhos distantes em minha mente ausente  há se bulind...