domingo, 28 de junho de 2015





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Lembranças do casebre

Faz saudade em meu peito
aquele casebre simples
a mulher que lá varria o pó
o fogão de lenha crepitando
e os meninos no quintal
alheios as misérias da vida
ali sorriam e brincavam

Na trempe do fogão, panelas
tão vazias quanto as lembranças
das coisas que nunca teve
a mulher cantava sentimentos
de expressar as dores da alma
era uma voz suave e mansa
sem rancor sem remorsos

Faz tempo ouvia aquela voz
canto de espantar males
saudades das carícias e histórias
gostava de ajeitar-me em seu colo
e ficar esquecida naqueles braços

Lá fora a vida resplandecia
em cantos de pássaros 
nos galhos das árvores
tão altas e frondosas
no balanço a menina
no vaivém de sua infância 
se esquecia do tempo


Faz memória esta saudade
E se aloja em meu peito
e aqui estou, o olhar perdido
no íntimo da solidão
e vejo as mãos amáveis
os fios grisalhos se atrevendo
a se mostrar fora do lenço
preso a cabeça de vovó
e aquela voz...e o balanço




Um comentário:

  1. Boa tarde, Ainamel.

    Sinceramente?

    Senti o vento tocar meus cabelos quando ao final balancei no balanço contigo, feito criança. Pois o poema é de uma sensibilidade tamanha que nos transporta para cenas adormecidas dentro da memória e as tornam vívidas.
    Amei.

    Parabéns pela inspiração e talento!

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